Menos de 30 minutos depois do início das alegações finais do Ministério Público(MP), Isaltino Morais abandonou a mega-sala de audiências do Tribunal de Sintra.
O presidente da Câmara de Oeiras, arguido num processo em que é acusado de vários crimes (entre os quais corrupção) pediu interrompeu o procurador do MP e pediu autorização ao colectivo de juízes para deixar o local. «Prefiro não ouvir o que estou ouvir.
Fico nervoso.
Caso contrário tenho dificuldade em me controlar.
Se me autoriza eu ausento-me», declarou Isaltino Morais ao Tribunal. «Para o senhor procurador, o julgamento não existiu.
Naturalmente que não conseguia ouvir calado, porque se continuo a ouvir declarações do senhor procurador que são mentira, que não foram provadas ao longo do julgamento – que ao longo do julgamento provou-se que era mentira – era difícil estar a ouvir aquilo tudo sem intervir. Irei ouvir a transcrição e depois com calma reagirei», disse depois aos jornalistas.
Isaltino Morais disse ter tomado a decisão para não ouvir «afirmações não provadas» e, por isso, tomou um gesto de «respeito pelos tribunais».
O autarca tomou a decisão «para a dignidade do tribunal». «É melhor eu sair, para não ser mal-educado. Não é possível ouvir o que estou a ouvir», concluiu, sem que o colectivo levantasse qualquer objecção.
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